Caverna Aroe Jari, Chapada dos Guimarães – MT
- Jaqueline Lisbôa

- 19 de out. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de jul. de 2019

A Caverna “Aroe Jari”, é a maior caverna de arenito do País com 1550 metros de desenvolvimento, foi assim denominada pelos índios Bororos que viviam na região e seu significado é “Morada das Almas”. Localizada na Chapada dos Guimarães, ao Norte do Estado de Mato Grosso, é um exemplo bom e raro de caverna formada em rochas sedimentares siliciclásticas.

A caverna ocorre nas formações Alto Garças e Vila Maria (Grupo Rio Ivaí), de idade ordovício-siluriana, na bacia do Paraná, em sua borda Noroeste. Outras cavernas além da Aroe Jari, ocorrem nas proximidades (Lagoa Azul e Kiogo Brado). A gênese dessas cavernas é atribuída à maior resistência dos diamictitos da Formação Vila Maria à erosão superficial, os quais sustentam o relevo local e caracterizam o teto da caverna; e à erosão por piping dos arenitos e conglomerados das formações Vila Maria inferior e Alto Garças superior, os quais caracterizam as paredes e piso das cavernas. O mecanismo de piping é conseqüência da alta friabilidade das rochas dessas formações devido a um fraturamento regional (N70 o E), e descompactação dessas unidades mais basais da bacia do Paraná.

Para se chegar na região anda cerca de 45 Km de carro até o estacionamento no Chapéu de Palha aonde inicia a caminhada, que pode variar de 5 a 13 km entre a ida e a volta, dependendo se contratar um trator que diminui a caminhada e visita um mirante.


Inserida numa região de cerrado, o percurso permite várias subdivisões do dessa vegetação, no início uma vegetação típica que apresenta arbustos bastante retorcidos com cascas grossas para suportar o fogo, que se apresenta na estação da seca de maio a setembro, no resto do ano temos a época das chuvas, com ápice em fevereiro. É possível observar vários afloramentos de arenito com formas curiosas.

Saindo do campo entramos numa mata-galeria, que são as áreas do cerrado que acompanham o leito de rios e córregos aonde o fogo não entra, preservando então espécies de grandes árvores, nessa caminhada temo um intenso contato com a floresta, observando um Jatobá que precisa de 5 pessoas para abraçar todo ele, atravessamos 3 pinguelas e uma pequena cachoeirinha, saímos novamente no cerrado e seguimos até a furna que desce para a grande boca que sai a água que ajudou a formar a caverna. Nesse imenso salão, poderemos ver os vestígios de escavações arqueológicas, e a imensa entrada com mais de 30 metros de largura, coisa rara em arenito, que normalmente é uma rocha friável, que se desmancha facilmente, mas o dessa caverna nos proporciona ver esses imensos espaços.

Á partir desse ponto seguimos para o interior da caverna, nesse ponto o percurso é lamacento e com água, precisa muito cuidado para não escorregar e cair na pocinha dágua, passaremos pelo ponto mais estreito da caverna com 2,5 de altura e 4 de largura, sentiremos uma agradável brisa com a temperatura estabilizada em 21º C o ano todo, 24 horas por dia, avançando mais uns 50m chegamos no salão do Chuveiro, poderemos observar pequenas ramificações de túneis nas paredes e uma queda de água que ajudou a formar aquele salão, observaremos também o túnel por onde se estende a caverna, mas não poderemos entrar, pois não é aberto a visitação.

De lá retornamos para a boca e subimos para a parte superior e seguiremos por um cerrado rupestre muito bonito, até chegarmos próximo a uma vereda cheia de buritis aonde nasce a água que ajudou a formar a caverna, ali poderemos ter a ideia da dimensão. Seguimos mais 400m até a Lagoa Azul aonde poderemos observar a água, mas não podemos tomar banho. De lá retornamos para o Chapéu de palha numa caminhada de aproximadamente 40 minutos.

Duração do passeio 5 a 8 horas à partir de Chapada.





























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