Cânion do Poti – PI
- Jaqueline Lisbôa

- 28 de jun. de 2019
- 3 min de leitura

Paraíso no meio do sertão nordestino, o cânion do rio Poti é umas das feições naturais do Estado do Piauí, situado mais caracteristicamente nos municípios de Buriti dos Montes, Castelo do Piauí e Juazeiro do Piauí, com duas rotas de acesso: uma a partir de Juazeiro do Piauí e outra de Castelo do Piauí.

O Rio Poti, assim denominado desde 1760, nasceu Itaim-Açu, ao longo do qual foram instaladas fazendas doadas como sesmarias pela coroa portuguesa no século XVIII.
O Rio Poti percorre mais de 80 km em terras cearenses na direção norte até ser capturado por um sistema de falhas do lineamento Transbrasiliano, aprofundando seu leito como resultado da ação mecânica das águas sobre sedimentos da Formação Cabeças, predominantemente. O Lineamento Transbrasiliano corta o Brasil desde Sobral até o Mato Grosso.

O rio corta o sistema de serras da Ibiapaba e no trecho entre a Cachoeira da Lembrada e o Cânion da Pedra alta é onde se estabelece o Cânion do Rio Poti, embora o seu leito apresente-se escarpado também por outros trechos até sua foz em Teresina. O melhor período para visitar a região é depois das chuvas entre julho e dezembro.
O local é indicado para prática de esportes de aventura como rapel, canoagem, ciclismo e trekking.

A nascente do rio Poti está instalada na Fazenda Jatobá, no município de Quiterianópolis, Ceará.

A bacia do rio Poti, em função da sua posição geográfica e do cânion, funcionou como um corredor migratório entre as planícies do Piauí e Maranhão e o semi-árido do Ceará, Pernambuco e Bahia.

Em alguns trechos também é possível encontrar algumas quedas d’água, onde é permitido tomar um banho e se refrescar do forte calor na região. Ao final do cânion, há ainda uma cachoeira chamada cachoeira da Lembrada, que é de encher os olhos e também é conhecida como a porta de entrada do médio cânion.

As milhares de gravuras rupestres, confeccionadas em baixo relevo, por picoteamento, e outras tantas de pinturas rupestres em abrigos sob rochas comprovam que esta região foi, em tempos, uma rota migratória milenar dos primeiros habitantes das américas.

Em um trecho chamado Poço da Bebidinha, ponto que é bastante preservado, há um grande acervo de arte rupestre, de importância histórica e de grande interesse de pesquisadores. Nesse local específico você verá rochas com marcas pré-históricas, com muitas gravuras rupestres que foram talhadas em baixo relevo, com a grande maioria representando figuras geométricas. Marcas essas que ainda foram pouco estudadas e quase nada datado ainda.
Estas são algumas das razões para o turista se apaixonar pelas belezas do cânion. A paisagem, a trilha ancestral, as inscrições rupestres, a vegetação de transição entre a caatinga, o carrasco e o cerrado; o branco, o amarelo e vermelho dos paredões de arenito, bem como o conjunto da obra, credencia o formidável boqueirão a figurar entre os mais radicais e belos roteiros ecoturísticos do Brasil.

Esse ponto turístico, que embora sendo conhecido no Estado e recebe turistas de outras partes do mundo, ainda é pouco desbravado pelos brasileiros e não tão divulgado em todo país, como ele devidamente merece, pois sua importância é inquestionável! E sua exuberância é algo unânime para quem conhece.

A entrada específica para o cânion se dá pela fazenda do Enjeitado, que também acaba por ser um ponto de apoio para os turistas. Nessa fazenda não há energia elétrica, apenas uma placa solar para alimentar o sinal de wi-fi.
Também é nessa fazenda onde o turista pode desfrutar, com mais proximidade, de uma alimentação, como café da manhã, almoço e jantar. Dentre o cardápio tem:
galinha caipira e acompanhamentos, que custam em média o valor de R$100,00
capote frito ao molho ou com arroz, que também custa R$100,00
“merenda da noite”, no valor de R$10,00 por pessoa, com cuscuz, tapioca, ovo, café e leite

Uma curiosidade sobre a fazenda é que nela há um muro de pedra construído por escravos, há mais de 300 anos, que servia para delimitar a área. Para quem quiser dormir, a proprietária da fazenda, a dona Leni Lima, também disponibiliza espaço para acampamento. Quem quiser visitar o cânion também há a possibilidade de se hospedar em hotéis e pousadas em Castelo do Piauí ou no município de Juazeiro do Piauí, com o acesso por lá para o cânion.
Bibliografia:
Fotos:
Google

























































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